Uma escolha Vivencionista


A sociedade de hoje está tão anestesiada que mal percebe para onde caminha, e não menos importante, como caminha. As pessoas apenas vivem, se deixam levar pelo que a sociedade espera delas, o que a família espera, até mesmo vizinhos e colegas de trabalho. No geral, elas simplesmente não pensam em suas vidas e no que gostariam de fazer com elas.

Um desafio interessante é se questionar sobre o que você gostaria de estar fazendo agora, no seu sentido mais amplo, onde estaria vivendo, qual profissão teria, com que tipo de pessoa conviveria, como seria a sua rotina (ou falta dela) e assim por diante. Sim, é um desafio porque ao final desta reflexão você poderá (esperamos que não) descobrir que está tudo errado, ou talvez, perceberá que deseja que uma boa parte da sua vida fosse diferente.

Na filosofia ou pedagogia Vivencionista tentamos evitar que nossos alunos cheguem a essa situação, e portanto, sejam infelizes, ou “pseudofelizes”, que na visão da nossa escola, é aparentar, acreditar ou forjar uma felicidade que não foi conquistada de verdade. Afinal, a felicidade vem de dentro pra fora, mas não por apenas uma autodefinição, mas por estar mesmo satisfeito e motivado com as escolhas que se fez, e acima de tudo, as consequências delas em sua vida.

Nossos alunos precisam aprender a fazer escolhas, sofrer e se deliciar com os resultados dessas escolhas, para que aprendam desde já, que a sua felicidade depende delas. Eles devem tomar cuidado e refletir sabiamente sobre os caminhos que cada escolha pode proporcionar.

Eles não são mimados ou vivem em um ambiente sem regras. Ao contrário, aprendem que o direito de escolha traz uma responsabilidade enorme, já que são eles que irão responder pelos caminhos que seus projetos tomam, e o quanto eles agregam para si mesmos, como crianças, mas também como alunos que devem aprender um conteúdo para que suas vidas sejam as melhores possíveis. Estão motivados de verdade, não pela cobrança dos pais ou professores, mas porque almejam algo importante para si mesmos.

O aluno Vivencionista é crítico, não aceita uma resposta sem argumento. Essa é a maior prova de que o seu espírito é independente, de que existe percepção, reflexão e iniciativa. Esse aluno irá questionar o mundo e a si mesmo, na tentativa do primeiro encontrar o segundo com a exata medida do sucesso, que em nossa visão, é a felicidade e realização pessoal. Com dinheiro, sim. Por que não? Mas também com tempo disponível para fazer aquilo que gosta, porque soube escolher a profissão e a posição profissional que o satisfaz e sustenta.

Nossos alunos são encorajados a resolver seus próprios problemas, a negociar com fornecedores reais, a debater temas polêmicos, a fazer escolhas sem influências externas, administrar e ganhar o seu próprio dinheiro. Eles são estimulados a levantar e se opor a uma ideia, defender uma posição, acreditar que seu projeto será possível, contra a opinião alheia, perseverando e lutando para alcançá-lo, ou em alguns casos, lidando com a frustração diante de uma impossibilidade.

Assim, como qualquer aluno, nossos alunos aprendem matemática, inglês, português, ciências… mas para alcançar metas que eles mesmos estabelecem, em projetos que eles mesmos definem, com pouca ou nenhuma influência da equipe pedagógica, para que ao sairem do nosso ninho, estejam aptos a voar mais alto e para direções que eles mesmos escolham, e que trarão a sua verdadeira felicidade

É nisso que acreditamos e trabalhamos duro.

Marcelo Rodrigues
Escola do Max